O
advento da Internet como meio de comunicação
ágil, flexível e de baixo custo,
e sua adoção em larga escala
pelas organizações e na vida
doméstica, foram os propulsores das
comunidades virtuais. Grupos de pessoas com
interesses comuns - em uma organização
ou em várias - se formaram paulatinamente,
se comunicando através de e-mail, chats
e websites. Profissionais de áreas
diferentes passaram a poder trocar informações
relevantes para o seu dia-a-dia, sobre suas
"melhores práticas", sobre
seus processos e a compartilhar soluções
para os seus problemas mais comuns.
A
abordagem da Gestão do Conhecimento,
por sua vez, enfatiza o compartilhamento de
conhecimentos e a formação de
memória organizacional, principalmente
visando captar, reter e disseminar o conhecimento
tácito nas organizações.
A disseminação das comunidades
virtuais vem ao encontro da abordagem da Gestão
do Conhecimento, favorecendo o compartilhamento
de experiências, informações
e conhecimentos nas organizações.
Proprocionando
: Redução
de custos, aproveitamento do tempo de forma
mais eficiente, melhorarando o fluxo de informações
na organização são alguns
dos benefícios obtidos com a estruturação
de comunidades virtuais, que várias
empresas têm podido observar. Os casos
já existentes abrangem distribuição
de documentos, consultas a experts , acesso
a bases de dados e fóruns de debates
sobre problemas específicos.
Muitas comunidades virtuais inclusive são
periodicamente complementados com reuniões
presenciais. As comunidades de práticas
muitas vezes não precisam se restringir
à comunicação virtual,
podendo ser complementadas por encontros e
reuniões periódicas de seus
membros, por grupos geograficamente próximos
ou em sua totalidade.
Uma
comunidade virtual de práticas não
"decola" se os seus membros não
forem participativos, se não houver
ganho real palpável para todos e se
seu conteúdo não for de interesse
para a organização. As comunidades,
como um organismo vivo, têm seu ciclo
de vida: nascimento, crescimento, reprodução
e, eventualmente, morte. Para que ocorra um
ciclo de vida rico em conhecimento e recompensador
para os participantes, um dos fatores essenciais
é a existência de uma cultura
favorável à disseminação
e ao compartilhamento de conhecimento.
É
importante observar que comunidades de prática
sempre fizeram parte de uma estrutura informal
das organizações. Elas precisam
de um toque humanizado, de mediação,
de estrutura, de incentivo e de gestão.
O que une os participantes é a comunicação,
a discussão e a troca de conhecimento.
A comunicação aqui não
é mais apenas uma difusão ou
um transporte de mensagens, mas de uma interação
no meio de uma situação que
cada um contribui para modificar ou estabilizar.
O ponto principal das comunidades virtuais
é que as opiniões e idéias
são entregues para partilha e para
re-interpretação dos participantes.
Essa dinâmica de um contexto coletivo
é uma espécie de ligação
viva que funciona como uma memória,
ou consciência comum.
Os
fatores críticos para o sucesso de
uma comunidade virtual são:
I. conteúdo, que deve ser útil,
rico, dinâmico e atual;
II. abrangência, que precisa ser focada,
compatível e interessante;
III. participação, que deve
ser comprometida, ativa e cordia;
IV. divulgação, que precisa
ser ampla, honesta e permanente; e principalmente
mediação, que tem que ser atenta,
competente e compreensiva.
A tecnologia da informação tornou
possível às pessoas trocarem
idéias e insights através do
mundo, facilmente. Mas o ponto principal do
compartilhamento é achar um interesse
em comum entre as pessoas, para criar uma
verdadeira conexão e dar importância
a cada opinião e a cada pensamento
compartilhado. Cada membro deve confiar na
comunidade o suficiente para pedir ajuda e
compartilhar idéias novas. A tecnologia
da informação tornou possível
a formação de uma comunidade
global, mas é preciso gestão
para tornar isto um benefício real.