INSTRUÇÃO CVM Nº 457 DE 13 DE JULHO DE 2007
Dispõe sobre a elaboração e divulgação das demonstrações financeiras
consolidadas, com base no padrão contábil internacional emitido pelo
International Accounting Standards Board - IASB.
(DOU - 16/7/2007)
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM torna público que o
Colegiado, em reunião realizada em 11 de julho de 2007, com fundamento no
disposto no parágrafo único do artigo 249 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, e nos incisos I, II e IV do § 1º único do artigo 22 da Lei nº 6.385, de 07
de dezembro de 1976, e
Considerando:
a) a importância e a necessidade de que as práticas contábeis brasileiras sejam
convergentes com as práticas contábeis internacionais, seja em função do aumento
da transparência e da confiabilidade nas nossas informações financeiras, seja
por possibilitar, a um custo mais baixo, o acesso das empresas nacionais às
fontes de financiamento externas;
b) que a CVM vem, desde a década passada, desenvolvendo esforços para
possibilitar essa convergência, seja mediante o aperfeiçoamento de suas normas,
seja pela apresentação ao Executivo de anteprojeto de lei, hoje transformado no
PL nº 3.741/2000;
c) que os mercados e os reguladores de outros países e blocos internacionais,
empenhados nesse processo, estão buscando, cada vez mais, desenvolver mecanismos
restringindo o acesso daqueles países que ainda não adotaram ou se comprometeram
com a adoção das normas contábeis internacionais; e
d) que é essencial encontrarmos alternativas para acelerar esse processo de
convergência, sem impor, no entanto, custos extraordinários sem um retorno
adequado, e estabelecendo um prazo razoável para as companhias abertas se
prepararem.
Resolveu:
Art. 1º As companhias abertas deverão, a partir do exercício findo em 2010,
apresentar as suas demonstrações financeiras consolidadas adotando o padrão
contábil internacional, de acordo com os pronunciamentos emitidos pelo
International Accounting Standards Board - IASB.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se, ainda, às
demonstrações consolidadas do exercício anterior apresentadas para fins
comparativos.
Art. 2º Fica facultada às companhias abertas, até o exercício social de 2009, a
apresentação das suas demonstrações financeiras consolidadas com a adoção do
padrão contábil internacional, emitido pelo International Accounting Standards
Board - IASB, em substituição ao padrão contábil brasileiro.
§ 1º Em nota explicativa às demonstrações financeiras consolidadas, e sem
prejuízo do disposto no art. 31 da Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996,
devem ser divulgados, na forma de reconciliação, os efeitos dos eventos que
ocasionaram diferença entre os montantes do patrimônio líquido e do lucro
líquido ou prejuízo da controladora, em confronto com os correspondentes
montantes do patrimônio líquido e do lucro líquido ou prejuízo consolidados, em
virtude da adoção do disposto neste artigo.
§ 2º Fica dispensada, no primeiro exercício de adoção antecipada desta
Instrução, a apresentação, para fins de comparação, das demonstrações
consolidadas do exercício anterior elaboradas no padrão contábil brasileiro.
Art. 3º As companhias abertas e suas controladas incluídas na consolidação
deverão utilizar, no balanço de abertura do 1º exercício da adoção desta
Instrução, as informações contidas nas suas demonstrações financeiras auditadas,
que tenham sido divulgadas para fins de registro no mercado internacional ou
para fins de atendimento às regras do Novo Mercado da Bovespa, e que tenham
atendido às Normas do IASB desde sua primeira divulgação.
Art. 4º Os auditores independentes deverão emitir opinião sobre a adequação das
demonstrações financeiras consolidadas às normas internacionais de
contabilidade, bem como sobre a suficiência e adequação da nota explicativa
referida no parágrafo único do art. 2º.
Art. 5º Esta Instrução entra em vigor na data da sua publicação no Diário
Oficial da União.
MARCELO FERNANDEZ TRINDADE