RESOLUÇÃO CFC Nº 1.091 DE 30 DE MARÇO DE 2007
Dá nova redação à NBC T 14 - Revisão Externa de Qualidade pelos Pares.
(DOU - 11/4/2007)
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e
regimentais,
CONSIDERANDO que o controle de qualidade constitui um dos pontos centrais da NBC
T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, aprovada
pela Resolução CFC nº 820, de 17 de dezembro de 1997;
CONSIDERANDO que a Revisão Externa de Qualidade, a chamada "Revisão pelos
Pares", é considerada como elemento essencial de garantia da qualidade dos
serviços de auditoria independente no âmbito internacional e, por este motivo,
foi instalado um Comitê Administrador específico, instituído pelo Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) e pelo IBRACON - Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil;
CONSIDERANDO que a Instrução nº 308, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
de 14 de maio de 1999, em seu art. 33, prevê a obrigatoriedade da revisão do
controle de qualidade, para os contadores e as firmas de auditoria que exerçam
auditoria independente;
CONSIDERANDO que a NBC T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis não contempla a Revisão Externa de Qualidade, em qualquer modalidade,
não cabendo, pois, a edição de Interpretação Técnica;
RESOLVE:
Art. 1º Dar nova redação à NBC T 14 - Revisão Externa de Qualidade pelos Pares.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a
Resolução CFC nº 996, de 16 de abril de 2004, publicada no Diário Oficial da
União, Seção 1, de 22 de abril de 2004, página 254, Resolução CFC nº 1.008, de 8
de outubro de 2004, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de
novembro de 2004, página 74 e demais disposições em contrário.
Ata CFC nº 897
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
NBC T 14 - REVISÃO EXTERNA DE QUALIDADE PELOS PARES
14.1 CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS
14.1.1 CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA REVISÃO EXTERNA PELOS PARES
14.1.1.1 A Revisão Externa de Qualidade pelos Pares, adiante denominada de
"Revisão pelos Pares", constitui-se em processo de acompanhamento e controle,
que visa alcançar desempenho profissional da mais alta qualidade.
14.1.1.2 O objetivo da revisão pelos pares é a avaliação dos procedimentos
adotados pelos Contadores e Firmas de Auditoria, daqui em diante denominados
"Auditores", com vistas a assegurar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A
qualidade, neste contexto, é medida pelo atendimento das normas técnicas e
profissionais estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e, na
insuficiência destas, pelos pronunciamentos do IBRACON - Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil, e, quando aplicável, das normas emitidas por órgãos
reguladores.
14.1.1.3 Esta norma aplica-se, exclusivamente, aos "Auditores" que exercem a
atividade de Auditoria Independente com cadastro na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
14.1.2 ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA DE REVISÃO
14.1.2.1.As partes envolvidas no Programa de Revisão Externa de Qualidade são as
seguintes:
a)Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade (CRE),
responsável pela administração do programa;
b)o(s) Auditor(es) responsável(eis) pela realização das revisões individuais,
adiante denominados "Auditores-revisores"; e
c)a firma ou o auditor, objeto da revisão, adiante denominados
"Auditores-revisados".
14.1.2.2 Os auditores devem submeter-se à Revisão Externa de Qualidade, no
mínimo uma vez, a cada ciclo de quatro anos, considerando:
a)anualmente, no mês de janeiro, devem ser selecionados por critério definido
pelo Comitê quais auditores deverão submeter-se à revisão no ano, sendo,
obrigatoriamente, incluídos aqueles que obtiveram seu cadastro na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) no ano anterior;
b)os auditores que tiveram, na revisão anterior, relatórios emitidos pelo
auditor-revisor com opinião adversa ou abstenção de opinião deverão submeter-se
a nova revisão no ano subseqüente; e
c)o CRE pode decidir por determinar períodos menores para a revisão seguinte da
revisada.
14.1.2.3 O CRE é integrado por 4 (quatro) representantes do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) e por 4 (quatro) representantes do IBRACON - Instituto dos
Auditores Independentes do Brasil, indicados pelas respectivas entidades,
segundo suas disposições estatutárias. As atividades de suporte são de
responsabilidade de ambas as entidades. Os representantes devem ser, em todos os
casos, contadores no exercício da auditoria independente devidamente registrados
no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) e na Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). O prazo de nomeação é de 3 (três) anos, sendo permitida a
recondução.
14.1.2.4 Cabe ao CRE:
a)identificar os auditores a serem avaliados a cada ano, considerando o
estabelecido no item 14.1.2.2;
b)emitir e atualizar, anualmente, guias de orientação, instruções e
questionários detalhados que servirão de roteiro mínimo para orientação na
tarefa de revisão pelos pares;
c)dirimir quaisquer dúvidas a respeito do processo de revisão pelos pares e
resolver eventuais situações não-previstas;
d)revisar os relatórios de revisão recebidos dos auditoresrevisores e os planos
de ação corretivos recebidos dos auditoresrevisados;
e)aprovar, em forma final, os relatórios e os planos de ação;
f)emitir relatório sumário anual;
g)comunicar ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) situações que sugerem necessidade de diligências sobre os
revisados e revisores;
h)revisar, se necessário, e submeter ao Plenário do Conselho Federal de
Contabilidade, até 31 de dezembro de cada ano, os critérios, as normas e as
condições para que os auditores independentes, pessoas jurídicas e pessoas
físicas, possam atuar como auditoresrevisores; e
i)emitir todos os expedientes e as comunicações dirigidos aos auditores, ao CFC,
IBRACON e CVM, e, quando aplicável, ao Banco Central do Brasil (BCB) e à
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
14.1.2.5 O CRE deverá estabelecer controles para administrar o Programa, de
forma a garantir que as revisões sejam realizadas nos prazos previstos nesta
norma, comunicando ao Conselho Federal de Contabilidade e à Comissão de Valores
Mobiliários o nome dos auditores que não cumprirem os prazos estabelecidos para
as providências cabíveis.
14.1.2.6 A cada ano, o CRE deverá revisar e divulgar as instruções, incluindo o
questionário-base, destinado aos auditores revisores, para a sua aplicação
anual. A atualização deverá contemplar eventuais mudanças nas normas
profissionais e reguladoras que se apliquem à profissão no Brasil.
14.1.2.7 As decisões do Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de
Qualidade (CRE) devem constar em ata, que será encaminhada ao Vice-presidente de
Fiscalização, Ética e Disciplina, que a submeterá a Câmara de Ética e Disciplina
para aprovação e, posteriormente, ao Tribunal Superior de Ética e Disciplina do
Conselho Federal de Contabilidade, visando à sua homologação.
14.1.3 RELATÓRIOS DE REVISÃO
14.1.3.1 Terminada cada revisão, os auditores-revisores deverão emitir relatório
com suas conclusões e carta de recomendações, quando for o caso, que deverão ser
encaminhados juntamente com cópia do questionário-base ao CRE, que poderá
requerer esclarecimentos tanto dos auditores-revisores como dos
auditores-revisados
14.1.3.2 Após aprovado o relatório dos auditores-revisores, estes deverão
encaminhar cópia do mesmo relatório aos auditoresrevisados, que, por sua vez,
encaminharão plano de ação respondendo aos aspectos identificados no relatório e
na carta de recomendações. Dependendo da natureza desses aspectos, o Comitê
poderá requerer reunião com os auditores-revisados para assegurar o adequado
entendimento das ações planejadas.
14.1.3.3 Como resultado das análises dos documentos encaminhados pelo
auditor-revisor e das reuniões ou dos esclarecimentos, quando for o caso, o
Comitê deverá aprovar, ou não, o relatório da revisão.
14.1.3.4 Anualmente, o Comitê elaborará, a partir dos relatórios analisados no
ano, relatório destinado à presidência de cada entidade profissional e de cada
órgão regulador que requeira Programa de Revisão Externa de Qualidade. O
relatório constituirá um resumo dos resultados das revisões realizadas no ano e
das ações planejadas, e será confidencial, sendo permitida a identificação e o
nome dos auditores-revisados, dos auditores ou equipes revisoras ou das
entidades cujos trabalhos foram incluídos na revisão. Aspectos relevantes
levantados pelas presidências e/ou órgãos reguladores, encaminhados ao CRE,
serão comunicados aos auditores-revisados e auditores-revisores.
14.1.3.5 A partir de 2007, os relatórios e os planos de ação das revisões
externas de qualidade serão disponibilizados por meios estabelecidos pelo
Conselho Federal de Contabilidade, por proposta do CRE.
14.2 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA
14.2.1 CONFIDENCIALIDADE
14.2.1.1 Adotam-se, para este Programa, as mesmas normas sobre
confidencialidade, aplicáveis a qualquer trabalho de auditoria independente,
conforme definido pelo CFC. Neste contexto, os membros do CRE, inclusive o(a)
seu(ua) Secretário(a) Executivo(a), do CFC e das demais equipes revisoras ficam
impedidos de divulgar qualquer informação obtida durante a participação no
Programa de Revisão, em qualquer fase do trabalho ou posterior ao seu término,
considerando os itens 14.1.3.4 e 14.1.3.5 acima.
14.2.1.2 Nos casos dos clientes selecionados para a revisão, os
auditores-revisados deverão obter, caso ainda não a possuam, aprovação de cada
uma das entidades selecionadas para que os trabalhos possam ser, efetivamente,
revisados. Os auditores-revisores deverão enviar confirmação de
confidencialidade às entidades selecionadas.
14.2.2 INDEPENDÊNCIA
14.2.2.1 Os auditores-revisores e os membros da equipe revisora devem ser
independentes dos auditores-revisados, de acordo com as definições previstas nas
normas profissionais e, se aplicáveis, nas normas de órgãos reguladores.
14.2.2.2 Os auditores-revisores e os seus membros podem possuir investimentos ou
grau de parentesco com executivos em posições-chave nos clientes dos
auditores-revisados. Porém, os membros da equipe revisora não podem revisar os
trabalhos realizados em entidades nas quais possuam tais relacionamentos.
14.2.2.3 Ficam proibidas as revisões recíprocas entre firmas de auditores.
14.2.3 CONFLITOS DE INTERESSES
14.2.3.1 Nem os auditores-revisores nem os membros da equipe revisora ou os
profissionais envolvidos na administração do Programa de Revisão pelos Pares
podem ter qualquer conflito de interesses com relação aos auditores-revisados e
aos clientes selecionados para a revisão.
14.2.4 COMPETÊNCIA
14.2.4.1 Para atuar como auditor-revisor, a pessoa física ou jurídica deve
observar:
a)a equipe revisora deve possuir estrutura de recursos humanos e técnicos
compatível com a revisão a ser realizada. A compatibilidade refere-se,
principalmente, à experiência dos revisores em trabalhos de auditoria de similar
complexidade;
b)os auditores-revisores pessoas físicas e os membros da equipe revisora pessoa
jurídica deverão atender as condições fixadas no Programa de Educação
Profissional Continuada estabelecido pela NBC P 4, aprovada pelo CFC;
c)estar devidamente registrados no Cadastro Nacional de Auditores Independentes
(CNAI);
d)estar devidamente registrados no Cadastro de Auditores Independentes da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
e)caso o auditor-revisado tenha sua lista de clientes, entidades regulamentadas
pelo Banco Central do Brasil (BCB) e pela Superintendência de Seguros Privados
(SUSEP), os membros da equipe revisora deverão estar registrados no CNAI, com
habilitação para auditar as respectivas entidades;
14.2.4.2 Os Auditores Independentes pessoas jurídicas ou físicas revisados não
poderão atuar como revisores nas seguintes situações:
a)em que o cadastro tenha sido suspenso ou cancelado pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM);
b)quando o último Relatório de Revisão tiver sido emitido com "Opinião Adversa"
ou "Abstenção de Opinião" ou não tiver sido aprovado pelo CRE;
c)quando não tiverem cumprido os prazos determinados pelo CRE na revisão
anterior;
d)em que não tenham sido submetidos, anteriormente, à Revisão Externa de
Qualidade;
e)quando, na opinião do CRE, a ressalva contida no último Relatório de Revisão
seja de natureza grave, devendo o auditorrevisado ser informado, previamente,
desta condição; e,
f)quando, na opinião unânime dos membros do CRE, o auditor-revisor não for
aceito, deve ele ser informado previamente desta condição.
14.2.5 ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS DE REVISÃO
14.2.5.1 A seleção dos auditores-revisores cabe aos auditores a serem revisados,
tanto no caso de auditores pessoas físicas quanto de firmas de auditoria.
14.2.5.2 A equipe revisora será formada por uma ou mais pessoas, dependendo do
porte e da especialização dos auditores a serem revisados.
14.2.5.3 O membro que atuar na condição de líder da equipe revisora terá as
seguintes responsabilidades:
a)a organização e a condução da revisão;
b)a supervisão do trabalho desenvolvido pelos membros da equipe;
c)a comunicação e a discussão dos resultados da revisão à administração dos
auditores-revisados;
d)a preparação do respectivo relatório de revisão e a carta de recomendação,
quando for o caso; e
e)a apresentação do relatório, da carta de recomendação e da cópia do
questionário ao CRE, e, quando requerido, dar os esclarecimentos ou participar
de reunião com o CRE.
14.3 REALIZAÇÃO DA REVISÃO PELOS PARES
14.3.1 OBJETIVOS
14.3.1.1 A revisão deverá ser organizada para permitir que os
auditores-revisores emitam opinião sobre se durante o período coberto pela
revisão:
a)a estrutura organizacional e a metodologia de auditoria estão claras e,
formalmente, definidas para permitir a realização de trabalho de auditoria,
independentemente de o auditor-revisado ter realizado trabalho com emissão de
parecer de auditoria no período sob revisão;
b)o sistema de controle de qualidade estabelecido pelos auditores-revisados para
os trabalhos de auditoria atende às normas profissionais estabelecidas,
independentemente de o auditor-revisado ter realizado trabalho com emissão de
parecer de auditoria no período sob revisão; e
c)os procedimentos de controle de qualidade definidos foram, efetivamente,
adotados na realização dos trabalhos pelo auditorrevisado.
14.3.1.2 Para cada auditor-revisado, a equipe revisora deverá concluir sobre a
existência de assuntos que mereçam atenção quando houver evidência de que o
revisado não cumpriu para com as políticas e os procedimentos de controle de
qualidade estabelecidos, emitindo carta de recomendações circunstanciada.
14.3.2 PROCEDIMENTOS
14.3.2.1 A revisão deve abranger, exclusivamente, aspectos de atendimento às
normas profissionais, sem a inclusão de quaisquer questões relativas a negócios
entre o auditor-revisado e os seus clientes.
14.3.2.2 O processo da Revisão Externa de Qualidade será desenvolvido conforme
procedimentos a serem detalhados pelo CRE, que considerarão o seguinte:
a)obtenção, análise e avaliação das políticas e dos procedimentos de controle de
qualidade estabelecidas pelos auditores-revisados independentemente da
realização de trabalhos, com emissão de Parecer de auditoria no período sob
revisão;
b)análise da adequação da informação recebida nas entrevistas com pessoas de
níveis hierárquicos e experiência adequados dos auditores-revisados;
c)confirmação da estrutura de controle interno mediante confronto com os papéis
de trabalho, para uma amostra limitada de trabalhos;
d)discussão com os auditores-revisados sobre os aspectos identificados,
apresentação das eventuais falhas e respectivas recomendações;
e)elaboração do relatório de revisão de qualidade e carta de recomendações,
quando for o caso; e
f)preparação da documentação de discussões com os revisados.
14.3.2.3 A equipe revisora deverá adotar procedimentos de auditoria, tais como
verificação de documentação e indagação às pessoas envolvidas na administração,
a fim de confirmar se as normas de controle de qualidade definidas foram,
efetivamente, aplicadas. Naqueles aspectos em que, necessariamente, se requeira
a revisão de papéis de trabalho, a equipe deverá selecionar uma amostra limitada
de clientes, concentrando suas atividades nos aspectos que necessitem avaliação,
devendo, na amostra, ser incluídos trabalhos realizados em empresas de capital
aberto, mercado financeiro, fundos de aposen tadoria e pensões e securitário,
quando as revisadas tiverem entre seus clientes tais tipos de entidades.
14.3.2.4 Na hipótese de os auditores-revisados não concordarem com a seleção de
determinado cliente para revisão, por motivos justificáveis, tais como a
existência de litígio ou investigação, ou pela negativa do cliente em autorizar
a revisão dos papéis de trabalho, a equipe revisora deve avaliar e documentar as
razões para essa exclusão. Caso não concorde com a restrição, deverá avaliar o
efeito dessa situação no contexto do trabalho e do relatório a ser emitido.
14.3.2.5 Nos casos de auditores a serem revisados e que possuam mais de um
escritório, requer-se a aplicação de julgamento profissional para avaliar a
necessidade de revisão de mais de uma seleção dos escritórios a serem objeto da
revisão. Poderão ser requeridas visitas a alguns desses escritórios para
obtenção de evidências que permitam concluir que as políticas e os procedimentos
de controle de qualidade são, adequadamente, divulgados e estendidos para o
conjunto.
14.1 DOS RELATÓRIOS DA REVISÃO PELOS PARES
14.1.1 CONTEÚDO E PRAZO
14.4.1.1 O relatório dos auditores-revisores deverá incluir os seguintes
elementos:
a)escopo da revisão e eventuais limitações;
b)se está sendo emitida carta de recomendação;
c)descrição das limitações sobre a plena efetividade de qualquer sistema de
controle de qualidade, além do risco de determinadas deficiências existirem, mas
não serem detectadas;
d)conclusão sobre se essas políticas e procedimentos de controle de qualidade
atendem às normas aplicáveis e se elas foram observadas no período sob revisão.
14.4.1.2 A emissão do relatório deverá ocorrer no prazo máximo de 45 (quarenta e
cinco) dias após a finalização da revisão em campo, e sua data será a do
encerramento da revisão, não podendo esse prazo ultrapassar aos estabelecidos
pelo CRE, para que o auditor-revisor envie o relatório e demais documentos para
análise.
14.4.1.3 Aplica-se aos trabalhos de revisão externa de qualidade o mesmo
entendimento do disposto no item 11.2.5.3 da Resolução CFC nº 953/03, no que diz
respeito à emissão de Carta de Recomendações com sugestões objetivas para o
aprimoramento do sistema de controle interno de qualidade, decorrentes de
constatações feitas no decorrer do seu trabalho.
14.4.2 TIPOS DE RELATÓRIOS
14.4.2.1 O relatório emitido poderá ser de quatro tipos:
a)sem ressalvas, com emissão de carta de recomendações, quando os
auditores-revisores concluírem, positivamente, sobre os trabalhos realizados. A
falta de emissão de carta de recomendações deve ser justificada pelos
auditores-revisores em sua carta de encaminhamento do Relatório de Revisão ao
CRE;
b)com ressalvas, com emissão obrigatória de carta de recomendações, quando for
imposta alguma limitação no escopo da revisão que impeça os auditores-revisores
de aplicar um ou mais procedimentos requeridos, ou quando encontrarem falhas
relevantes que, porém, não requeiram a emissão de Parecer adverso;
c)com conclusão adversa com emissão obrigatória de carta de recomendações,
quando a magnitude das falhas identificadas for tão relevante que evidencie que
as políticas e os procedimentos de qualidade não estão de acordo com as normas
profissionais; e
d)com abstenção de conclusão com emissão obrigatória de carta de recomendações,
quando as limitações impostas ao trabalho forem tão relevantes que os
auditores-revisores não tenham condições de concluir sobre a revisão.
14.4.2.2.As falhas encontradas nos trabalhos selecionados não implicam emissão
de relatório com ressalvas ou adverso, sempre que, a julgamento dos
auditores-revisores, forem consideradas como isoladas e irrelevantes. A equipe
revisora deve avaliar o padrão e o efeito das falhas identificadas, bem como sua
implicação no sistema de controle de qualidade da firma, diferenciando os erros
no desenho do sistema de controle de qualidade, dos erros na aplicação das
políticas e dos procedimentos definidos.
14.4.2.3.As conclusões constantes no relatório emitido dependerão, sempre, do
exercício de julgamento profissional dos auditores-revisores. Estes deverão
incluir no relatório parágrafos explicativos, sempre que tal seja necessário ao
entendimento das políticas e procedimentos adotados, bem como das suas
aplicações.
14.4.2.4.Os auditores-revisados devem apresentar seu comentário sobre os
aspectos reportados no relatório de revisão e na carta de recomendação e
elaborar, obrigatoriamente, um plano de ação para responder às recomendações
formuladas no prazo de até 30 (trinta) dias do recebimento do relatório dos
auditores-revisores.
14.5 DAS REVISÕES E SEUS PRAZOS
14.5.1.Cabe ao CRE estabelecer os auditores que deverão ser revisados durante
cada período de 4 (quatro) anos, bem como estabelecer o cronograma para entrega
ao Comitê dos relatórios de revisão e dos demais documentos, bem como emitir as
guias de orientação com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias do
prazo para entrega dos relatórios e dos demais documentos.
14.5.2.Os relatórios de revisão serão disponibilizados pelo CRE para o Sistema
CFC/CRCs, o IBRACON e para os organismos controladores de mercado.
14.6 DO RECURSO
14.6.1Das decisões do CRE, cabe interposição de recurso ao Tribunal Superior de
Ética e Disciplina do Conselho Federal de Contabilidade no prazo de 15 (quinze)
dias após a notificação do CRE.
14.7 DAS PENALIDADES
14.7.1A inobservância desta Norma de Revisão Externa de Qualidade constitui
infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas "c", "d" e "e"
do art. 27 do Decreto-Lei nº. 9.295, de 27 de maio de 1946, e, quando aplicável,
do Código de Ética Profissional do Contabilista.
MARIA CLARA CAVALCANTE BUGARIM
Presidente do Conselho